eu

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

raiva

Não é sempre que tenho o prazer de sentir o gosto amargo da raiva, mas quando sinto, ela quase me faz tocar o céu.
É que vivendo assim de sol a sol querendo ser correta, quando entro no embalo sinistro do surto da raiva é como se eu chegasse ao paraíso. Por um segundo entro em êxtase, é o curto gosto do fel.
Esse gosto permanece em minha boca por dias e mesmo quando me arrependo ainda posso lembrar-me daqueles segundos de prazer.
Uma dança sensual e vibrante e quando termina se torna vergonhosa e absurda. Mas ela me da um imenso prazer, um prazer fugaz.
Não é dela que vivo, mas dela vou de um momento a outro me fazendo ser quem eu sou.
E tentando ser a bondade em pessoa, consigo confessar que é da raiva que renasço que é da raiva que aprendo que é da raiva que mudo e pulo de um galho a outro.
E assim como a Fenix renasce das cinzas para uma nova vida, eu vivo a mesma vida tentando sentir raiva para me encontrar.

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