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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O luto

Toda vez que volto a escrever é porque vi, li ou senti algo diferente, que despertou uma sensação fora do comum em mim.
E como não poderia ser diferente sinto nesse momento que tenho que escrever sobre a sensação do luto que paira em minha vida.
Certa vez li um texto do Pedro Bial quando o Bussunda faleceu, em que dizia que a morte nos pega de surpresa, que a morte é um clichê, uma piada.
Realmente ela pega a gente no meio do caminho, ela não espera você se despedir, dizer que ama ou realizar seu maior sonho. Ela não espera você dizer que errou ,pedir desculpas, concluir aquele curso ou pular de paraquedas. Não espera você beijar aquela pessoa especial e nem dizer a alguém o quanto a admira.
Costumo dizer que a vida é agora e por acreditar tanto nisso sou tão intensa nas relações. Eu não sei ser amiga pela metade, ser mãe pela metade ou ser mulher pela metade, eu me entrego de corpo e alma.
Existe um texto do Shakespeare que levo como teoria de vida e diz que devemos construir nossas estradas no hoje porque o terreno do amanha é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Quando alguém que você ama se vai abre um buraco grande em seu coração, em sua alma e em sua vida, mas o mundo não para por conta disso. O sol continua a nascer, as flores continuam a cair e o fluxo de todas as coisas continuam a funcionar.
A vida segue, dolorosa, vazia e triste mas segue e talvez a morte seja uma grande lição para quem vive.
Eu não me despedi dessa pessoa tão especial que perdi, mas eu sei que a amei e a tratei com doçura e carinho todos os dias, então uma das lições que tiro é aquela mais clichê possível sobre amar as pessoas como se não houvesse amanha.
Mas a lição mais importante de todas para mim é sobre amar a vida, é se jogar nela de corpo e alma, é sentir cada momento como se fosse único, é deixar o trabalho e o sucesso de lado de vez em quando e curtir as pequenas coisas como se fossem grandes, é abraçar as pessoas com vontade, é se entregar profundamente e amar intensamente.
Pois como dizia minha amada Clarice Lispector: A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Em homenagem a minha amada Tereza que doou sua vida para o próximo e que viveu com amor e entrega todos os segundos de sua existência.

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