eu

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Em mim

Passo tanto tempo trancada dentro de mim que esqueço muitas vezes de abrir a janela e olhar em volta.
Tenho um mundo aqui dentro e fico tanto tempo aqui, numa luta interna constante, querendo acertar sempre, controlar tudo sempre, ser melhor sempre. Não me admito errar, perder, ter falhas, chorar e ser humana. Sinto-me sozinha, perdida e infeliz.
Mas quando tiro uma folguinha e olho o mundo lá fora vejo que ele não é tão ruim assim, mesmo muitas vezes sendo judiada e massacrada, de vez em quando alguém resolve mandar um sinal de que as coisas podem melhorar, de que não estamos sozinhos.
E assim vou caminhando, caindo e levantando.
A cada dor e decepção um ganho de experiência.
Aprendi a viver alguns lutos, algumas perdas e algumas dores.
Aprendi mais uma vez a abrir mão, a desapegar a me libertar.
Estou me acostumando tanto a me machucar que já não sei se isso é bom ou ruim, não sei se irá me deixar dura de mais ou pessimista de mais.
O que sei é a cada minuto aprendo que posso suportar que posso ser mais forte, que posso ir além.
Não preciso de mais nada além de mim para a minha felicidade.
Porque toda a vez que coloco isso na mão do outro a carga fica pesada de mais e nem eu me agüento.
Porque toda vez que começo achar que alguém ouviu minhas preces. Parece que logo em seguida outro alguém vem me derrubar.
Mas essa luta em ser melhor é o que tem me feito levantar todos os dias da cama, mesmo nos dias de insônia... É saber que a vida não é feita só de tempestades, mas também dias de sol.
E o que eu não quero nunca é deixar de ser quem eu sou, porque enquanto só crio calos não faz mal, mas quando começo a perder minha essência isso dói.
Não quero deixar de amar e acreditar nas pessoas. Nem quero perder meu sorriso intenso.
Não quero deixar de ajudar quem quer que seja ou precise de mim, e não quero nunca generalizar, achar que todo mundo é igual.
Quero continuar com meu lema de prefiro me magoar a magoar alguém, quero continuar a me doar ao próximo, quero continuar a me resignar com a dor do outro e me entregar sem esperar nada em troca.
Então mesmo assim presa num mundo interno de insegurança e angustia.
Desejo infinitamente continuar a sorrir por fora, a engolir minhas dores e a amar incondicionalmente minha vida e as pessoas que conheço.